terça-feira, 28 de abril de 2009

Pastora acusada de abuso sexual recebe ordem de deixar os Estados Unidos

MILFORD - Em audiência realizada na última quarta-feira, 22, em Boston, o juiz de Imigração Leonard Shapiro determinou que a pastora Ana Paula Almeida, de 31 anos, fundadora da igreja Plenitude of God Ministries, deixe voluntariamente os Estados Unidos até o dia 22 de junho ou poderá ser deportada.
A brasileira ainda enfrenta na Corte de Milford um processo onde é acusada de ter molestado sexualmente uma menor por dois anos e o caso pode ficar sem solução.

Amigos da pastora dizem que o ideal seria a brasileira ter chance de provar a sua inocência na Corte de Milford, onde tem audiência marcada para o dia 14 de maio. Mas o prazo para a saída do país pode tornar difícil o trabalho da defesa.

O chefe da polícia da cidade, Thomas O’Loughlin, que prendeu Ana Paula em fevereiro, disse ao jornal Milford Daily News que “pode parecer para alguns que ela esteja saindo do caso e para outros parecer que ela esteja fugindo”. A advogada da brasileira aconselhou a pastora a não dar entrevistas.

O’Loughlin acredita que pela gravidade da acusação contra a pastora a promotoria deva pedir o adiamento de sua saída do país. O motivo da deportação voluntária não foi divulgado pela Corte, que apenas citou que Ana Paula teria infringido dos artigos do estatuto de Imigração e Naturalização.

A polícia prendeu Ana Paula em fevereiro em sua casa sob a acusação de ter molestado sexualmente uma adolescente de 16 anos por 11 vezes em um período de aproximadamente dois anos (entre 2006 e 2008). No primeiro contato, a menina tinha ainda 14 anos.

A pastora foi solta sob fiança e a condição de usar uma tornozeleira com GPS para ser monitorada. Mas poucos dias depois de sair da prisão, ela foi detida por agentes do ICE. Outra vez liberada, Ana Paula recebeu da Corte Federal de Imigração a ordem de deixar os Estados Unidos.


Fonte: O Jornal

Igreja pede perdão por “pecado” cometido por presidente paraguaio

No dia em que o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, reconheceu legalmente o filho de quase 2 anos que teve quando ainda era bispo, a Igreja Católica pediu perdão pelos “pecados” do chefe de Estado. E no campo político, Lugo ainda viu a oposição voltar a criticá-lo por ter escondido o fato de ser pai.

A Igreja Católica, por meio do Conselho Episcopal Permanente da Conferência Episcopal Paraguaia (CEP), pediu perdão pelos “pecados” de seus membros e que estes orem para que se mantenham “fiéis à missão sacerdotal”.

O encarregado de ir na última terça-feira (14) ao cartório registrar o menino Guillermo Armindo Carrillo como filho de Lugo foi o advogado deste, Marcos Fariña.

O advogado também disse que Lugo pedirá a restituição de parte de seu salário, que havia sido integralmente doado a obras sociais, para pagar a pensão do menino.

O salário do chefe de Estado paraguaio é de 15,98 milhões de guaranis (cerca de R$ 6,8 mil), quantia que, desde a posse, em 15 de agosto de 2008, Lugo entrega ao Instituto Nacional do Indígena (INDI).

Lugo virou bispo em 1994, mas deixou a missão em 2005, quando resolveu entrar na vida política ativamente. O Vaticano deu a suspensão da função para Lugo em janeiro de 2007.

Campo político

“Lugo quebrou seu compromisso eclesial, por um lado, e seu compromisso com o povo, por outro”, afirmou o legislador José López Chávez, num dos vários ataques a Lugo proferidos durante a sessão na Câmara dos Deputados.

O deputado, do Partido União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace), terceira maior legenda do país, disse que a situação que envolve o presidente não é condizente com “a vida saudável, consagrada a Deus, que vendeu durante sua campanha política”.

Por sua vez, Carlos Soler, do nanico Partido Pátria Querida (PPQ), afirmou que o ex-bispo se expôs a um julgamento político, já que, durante a campanha, várias vezes negou a paternidade que seus adversários lhe atribuíam. Além disso, o legislador lamentou o fato de alguns governistas terem classificado como “corajosa” a atitude do governante.

No mesmo sentido se pronunciou o senador do PPQ Miguel Carrizosa. Para ele, Lugo “deveria dizer de uma vez só a quantidade de filhos que tem, para que não haja mais dúvidas a respeito”.

Cartório

“O que está sendo feito é o reconhecimento de Guillermo Armindo como filho de Lugo”, disse a jornalistas o diretor do cartório onde foi feito o registro, Oscar Víctor Benítez, que explicou que a adição do sobrenome deve ser requerida na Justiça.

Também nesta terça, outro advogado, Ivan Andrés Balbuena, pediu, em nome da mãe de Guillermo, Viviana Carrillo Cañete, que a Justiça desconsiderasse o processo de filiação apresentado na semana passada, supostamente com a assinatura da mulher, na localidade de Encarnación, 370 quilômetros ao sul de Assunção.

“Esclareço à senhora juíza (Evelyn Peralta) que o processo foi apresentado sem minha autorização”, já que estava “em conversas extrajudiciais a fim de obter o reconhecimento voluntário”, diz o pedido do representante.

A mulher alega que foi surpreendida em sua boa fé quando, em 8 de abril, soube “que os advogados Walter Acosta e Claudio Kostinchok resolveram apresentar” a ação sem seu “expresso conhecimento”, destaca o texto.

Indígenas acusam evangélicos da Jocum de sequestro

Brasília - Lideranças das nações Yawalapiti, do Mato Grosso, e Kayapó, do Pará, denunciaram ontem à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados a adoção ilegal de crianças indígenas por duas organizações evangélicas - a brasileira Atini Voz Pela Vida e a americana Jovens Com Um Ideal (Jocum). Segundo os caciques, as duas entidades sequestram crianças com a desculpa de que estão evitando o infanticídio. No documento, endereçado aos deputados Luiz Couto (PT-PB), presidente da comissão, e Janete Pietá (PT-SP), relatora do projeto de lei prevendo a prisão dos pais que mantiverem a tradição de sacrificar crianças que nascem com deficiências físicas e mentais, representantes das duas tribos acusam a Atini e a Jocum de difamarem os índios e suas tradições utilizando a internet e os meios de comunicação para anunciar a prática de infanticídio.
A direção da Atini nega a prática de sequestro e diz que existem quatro crianças na sede da Atini em Brasília, acompanhadas pelos pais. Segundo a conselheira Damares Alves, elas estão em tratamento médico.
Os caciques das duas etnias solicitam a suspensão da tramitação do projeto de lei que criminaliza várias tradições indígenas. Apresentado pelo deputado Henrique Afonso (PT-AC), o projeto prevê a prisão de um a seis meses de indígenas que mantiverem a tradição ou de qualquer outra pessoa que souber do fato e não denunciar à polícia. A punição, portanto, se estenderá a funcionários públicos ou ONGs que atuam na área. A lei proposta por Afonso admite a retirada provisória da criança e dos pais que discordarem da prática das aldeias e sua transferência para abrigos mantidos por entidades governamentais e ONGs. “A proposta de lei assustou a comunidade indígena, que não quer submeter suas tradições a ações da Polícia Federal”, protestou o índio Anuiá, líder da comunidade Yawalapiti. Ele garantiu que o sacrifício de crianças indígenas doentes foi abandonado em quase todas as aldeias do país.
Segundo o cacique Aritana, há dezenas de casos de desaparecimento de crianças indígenas adotadas por militantes das entidades evangélicas Atini e Jocum com a desculpa de estarem impedindo o infanticídio. As duas instituições são as patrocinadoras do projeto de lei encampado pelo deputado, que é evangélico.
O relatório da deputada Janete Pietá, não acata a proposta de Afonso de criminalizar os pais pelo sacrifício de crianças com deficiências. Pietá considera a proposta de punição “um equívoco”, e sugere a criação de um conselho tutelar indígena para tratar dessas situações. Na campanha contra o infanticídio, a Atini e a Jocum produziram o documentário de ficção Hakani, veiculado no site YouTube, que conta a história de uma menina da etnia Suruwahá que nasceu com síndrome de Down e foi salva pelo irmão mais velho. A menina, hoje adolescente e vivendo em Brasília, foi adotada por um casal de linguistas da Atini. O filme gerou protestos da Funai, que considerou a campanha uma interferência externa nas tradições dos Suruwahá.

Fonte: Diário de Pernambuco