terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vítimas de pedofilia denunciam Papa ao Tribunal Penal Internacional

Organização entrou com ação para que Papa seja julgado por crimes.
À queixa se somam 10 mil páginas de documentação de casos de pedofilia.

Da France Presse

Uma associação americana de vítimas de padres pedófilos anunciou nesta terça-feira (13) ter apresentado uma queixa ante o Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o Papa Bento XVI e outros dirigentes da Igreja católica por crimes contra a humanidade.

Os dirigentes da associação SNAP, orientados pelos advogados da ONG americana "Centro para Direitos Constitucionais", entraram com uma ação para que o Papa seja julgado por "responsabilidade direta e superior por crimes contra a humanidade por estupro e outras violências sexuais cometidas em todo o mundo". À queixa acrescentaram 10.000 páginas de documentação de casos de pedofilia.

A organização acusa o chefe da Igreja católica de "ter tolerado e ocultado sistematicamente os crimes sexuais contra crianças em todo o mundo."

Membros da Associação de Sobreviventes de Abusados por Padres dão entrevista coletiva em Voorburg, na Holanda (Foto: Rob Keeris/AP)Membros da associação de vítimas de padres pedófilos dão entrevista coletiva em Voorburg, na Holanda (Foto: Rob Keeris/AP)

A SNAP possui membros nos Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Bélgica, quatro países muito afetados pelo grande escândalo de pedofilia que envolve a Igreja.

"Crimes contra a dezenas de milhares de vítimas, a maioria crianças, foram escondidos pelos líderes nos mais altos níveis do Vaticano. Neste caso, todos os caminhos levam a Roma", declarou a advogada Pamela Spees.

Os bispos e, em alguns casos, o próprio Vaticano rejeitou ou ignorou muitas das queixas das vítimas de padres pedófilos. O escândalo desacreditou a Igreja em vários países na Europa.

O Papa Bento XVI expressou sua vergonha e pediu desculpas, apelando para a tolerância zero contra os pedófilos. Ele também pediu aos bispos do mundo, que têm a responsabilidade primária sobre seus sacerdotes, a plena cooperação com os tribunais criminais.

A SNAP não acredita nesse desejo de transparência e justiça, e não moderou suas acusações.


Fonte: G1

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Abuso sexual não tem graça

Talvez você não perceba. Talvez até ache graça. Mas a violência contra as mulheres está sendo incentivada dentro da sua casa, de forma nada sutil, no humorístico Zorra Total. No principal quadro do programa, chamado “Metrô Zorra Brasil”, todos os sábados à noite, duas amigas travam um diálogo dentro do vagão lotado. Na fórmula do roteiro, lá pelas tantas, em todos os episódios, um sujeito se aproxima, encosta e bolina a mulher de várias formas. No episódio do dia 9 de julho, o quadro mostrou a mulher sendo “tocada” em suas partes íntimas com a “batuta” de um maestro.

A mulher atacada, Janete (Thalita Carauta), cochicha com sua amiga Valéria (Rodrigo Sant’anna), que, ao invés de defendê-la, diz: “aproveita. Tu é muito ruim, babuína. Se joga”. A claque ri.

O ataque relatado pelo programa acontece todos os dias com milhares de mulheres no nosso país. Só nós mulheres podemos medir a humilhação pela qual passamos nos trens e ônibus lotados e suas consequências. Não tem graça.

No metrô de São Paulo, o mais lotado do mundo, numa manhã de abril, uma jovem trabalhadora foi violentada sexualmente num vagão da linha verde, considerada uma das melhores. Um crápula a segurou pelo braço, ameaçou, enfiou a mão sob sua saia, rasgou sua calcinha e a tocou. Os passageiros perceberam, tentaram agir, mas o homem fugiu. O caso foi registrado como estupro na 78º DP da capital paulista. Impossível rir disso.

O Zorra Total foi longe demais. O quadro do programa incentiva a violência contra às mulheres e o estupro, de uma forma sistemática, já que o ataque é parte da estrutura permanente do texto. Ou seja, todas as semanas, a Rede Globo diz que as mulheres que sofrem abuso sexual devem “aproveitar” e “agradecer”, como se fosse uma dádiva.

Repete a lógica do humorista Rafinha Bastos que, pelo Twitter, escreveu que as feias deveriam agradecer ao serem estupradas. E está sendo processado por isso.

O quadro tem alcançado liderança de audiência nas noites de sábado, atingindo cerca de 25 pontos de audiência. Ou seja, milhões de lares recebem toda semana a mensagem de que é natural abusar sexualmente de mulheres no metrô, nos trens, nos ônibus. Não é preciso muito para saber que o quadro certamente terá efeitos sobre esse público, naturalizando a violência contra a mulher, diminuindo a gravidade de um crime, tornando-o algo menor, sem importância.

Essa brincadeira não tem graça. É no mínimo lamentável que o talento da dupla de humoristas esteja sendo desperdiçado em um quadro que incentiva o ataque às mulheres trabalhadoras. É revoltante que a emissora líder mantenha um programa que defende práticas tão nefastas, num país onde uma mulher é violentada a cada 12 segundos; onde uma mulher é assassinada a cada duas horas; onde 43% das mulheres sofrem violência doméstica.

Autor: Desconhecido

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Coração Insensato de novelistas da Globo pisa em cristãos outra vez

Coração Insensato de novelistas da Globo pisa em cristãos outra vez, chega a ser ridículo o que os autores da "novela insensato coração" vem fazendo ao londo de vários capítulos, confesso que não assisto e não é um "jargão" daqueles que falam, mas quando chega a hora da novela estão lá grudados na tela da Tv, não vejo porque minha casa não é "estação de tratamento de esgoto", não assisto porque não vou dar "ibope" ou melhor ser "esculachado" na cara e achar graça, isso é Sadomasoquismo, não assisto porque não vai me acrescentar em nada, e não preciso comer lixo para saber que é imundo e transmite doença. O que mais me deixa chateado é que os "irmãos e irmães" que professam a fé Cristã e dão esse alimento estragado para as suas crianças, depois ficam a se pergutar, "onde foi que eu errei?" dão "lavagem" para as crianças e depois não querem que elas se transformem em "porcos". O discurso é duro, mas quem falou que a vida é mole !!!!


quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dilma suspende kit anti-homofobia do MEC, após pressão da bancada religiosa da Câmara

BRASÍLIA - Diante da reação negativa das bancadas religiosas, a presidente Dilma Rousseff mandou suspender a produção e distribuição de vídeos e cartilhas contra a homofobia, organizados pelos ministérios da Educação e da Saúde. A decisão da presidente foi informada, nesta quarta-feira, pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, a deputados das bancadas evangélica, católica e da família, que ameaçaram obstruir as votações de interesse do governo na Câmara, convocar o ministro da Educação, Fernando Haddad, e apoiar a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, caso o material fosse distribuídos às escolas. Segundo Gilberto, a presidente considerou o material inadequado.

- O governo mantém sua posição clara contra qualquer tipo de homofobia, e as bancadas também se declararam contra a homofobia. Mas o governo achou prudente não editar esse material que estava sendo preparado no MEC. A presidente decidiu a suspensão desse material e do vídeo produzido por uma ONG. O governo decidiu também suspender a distribuição desse material - disse Gilberto, que recebeu os parlamentares no Palácio do Planalto.

Segundo o ministro, a partir de agora todo o material sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à sociedade e às bancadas, com a da educação, a da família e as religiosas.

- É importante que esse material, para ser produtivo, para atingir o seu objetivo, seja fruto de uma ampla consulta na sociedade, para não gerar esse tipo de polêmica que acaba prejudicando a causa para o qual foi destinado. Qualquer outro material, daqui para frente, editado pelo governo sobre a questão de costumes passará pelo crivo amplo da sociedade e das bancadas interessadas - afirmou.

Gilberto disse que essa posição do governo não representa um retrocesso:

- O que o governo está fazendo é aprofundando o diálogo. Se você produz um material que sofre uma tamanha contestação, o objetivo para o qual ele está destinado é prejudicado. É preferível que você produza um material com mais diálogo para atingir o objetivo. Não se trata de recuo, mas de um processo mais aprofundado de diálogo.

Segundo Gilberto, a presidente "assistiu ao vídeo e não gostou". A presidente vai conversar com os ministros Haddad e da Saúde, Alexandre Padilha, sobre a produção de material que tratam de questões de costumes.

- Ela acha que o vídeo era impróprio para o seu objetivo. Não se trata de uma posição só de aparências. A presidente tem as suas convicções e acha que o material é inadequado. Ela foi muito clara nesse sentido e determinou que esse material não circule oficialmente por parte do governo - afirmou.

O líder do PR na Câmara, Linconl Portela (MG), disse que a preocupação dos parlamentares das bancadas religiosas é com a "didática do material". Na avaliação desses parlamentares, o material contra a homofobia induz à homossexualidade.

- A didática é muito agressiva. Às vezes, é preciso ser mais agressivo, mas também é preciso ter cuidado para que a dosagem do remédio não seja acima da necessidade. Estamos preocupados com a maneira virulenta com que esse material está sendo apresentado - disse o deputado.

Os próprios parlamentares reconheceram que o material não está sendo distribuído às escolas, mas que os vídeos vazaram na internet. Mesmo assim, eles ameaçaram atrapalhar o governo no Congresso, caso não houvesse uma revisão do material contra a homofobia.

- Nós oferecemos o diálogo e eles que tomassem a atitude que achassem consequente. Eles que decidiram suspender aquela história que eles estavam falando. Não tem toma lá dá cá - afirmou Gilberto.


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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lei da homofobia: Marta Suplicy seria fulminada pela Primeira Emenda nos EUA

O Jornal da Globo apresentou ontem uma reportagem sobre a PL 122, a tal lei que criminaliza a homofobia. No senado, militantes gays — a militância gay, já disse, está para os homossexuais como o MST está para o trabalhador rural — se reuniram para defender o texto, tendo como sacerdotisa a senadora Marta Suplicy (PT-SP), a mesma que disse bobagens estonteantes ontem em defesa de Antônio Palocci (ver posts abaixo). Ela estava sendo “progressista” nos dois casos, tá?

A reportagem fazia parecer que as pessoas estão apenas empenhadas na defesa de direitos e que o texto, se aprovado, não terá conseqüências que dizem respeito à democracia. A PL 122, sob o pretexto de defender os homossexuais, oficializa a censura no país. Já demonstrei isso mais de uma vez.

Marta teve uma idéia genial, bem Marta!, para resolver o problema da liberdade religiosa, por exemplo. As pessoas poderão falar contra o casamento gay, mas só dentro dos templos! Fora deles, estariam sujeitos à pena de reclusão, num crime que passaria a ser considerado inafiançável e imprescritível, como o racismo. Se nem a cor de pele é raça — somos todos da raça humana! —, a condição sexual passará a ser.

Como é fabulosa essa Marta Suplicy! Se nos EUA, seria fulminada, de cara, pela Primeira Emenda, aquela que proíbe o Congresso de legislar sobre liberdade de expressão e liberdade religiosa. Ela faz as duas coisas! No Brasil, o jornalismo também concluiu que a Primeira Emenda é coisa de americano… Fala-se da PL 122 como se ela estivesse apenas garantindo direitos, jamais agredindo-os.

Vai ser aprovado? Sei lá eu! A pressão da imprensa sobre o Senado é grande. Aprovada a lei, o Brasil vai se transformar numa indústria de ações judiciais. O texto permitirá que pessoas sejam denunciadas ou por demitirem gays das empresas — ou por não os admitirem, ainda que por outros motivos nos dois casos. Um professor “transgênero” poderá alegar que não foi contratado pela escolinha de educação infantil porque o diretor não passa de um preconceituoso…

Não só isso. Ainda que o suposto ofendido não faça a denúncia, um terceiro poderá fazê-la. O texto permite que se acuse alguém de homofobia porque o acusador se sentiu “subjetivamente” atingido, entenderam? Esses absurdos partem do princípio, falso, de que inexistem leis para punir agressões aos gays. Estatísticas furadas são usadas para fazer proselitismo, como aquelas que indicam que este seria um dos países do mundo que mais assassinam gays. Qualquer delegacia de polícia sabe que boa parte dos crimes dessa natureza é cometida por garotos de programa, que são também… gays! Ou não? Esses “profissionais” seriam o quê? Prestadores heterossexuais de serviços? Se essas ocorrências servem para afirmar que o Brasil é um dos países que mais matam gays, será preciso admitir, então, que é um dos que mais têm gays assassinos. Uma e outra coisa são falsas.

Mas volto a Marta. Esta iluminista acha que liberdade religiosa tem hora e lugar, compreenderam? Dentro dos templos e igrejas, os crentes poderão professar a sua fé, como atividade quase clandestina; fora de lá, não!

Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Senador evangélico Marcelo Crivella escreve nova versão da PLC 122 para agradar religiosos e gays

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) informou, em discurso nesta quarta-feira (18), ter apresentado à senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto de lei da Câmara (PLC) 122/06, que criminaliza a homofobia, uma alternativa ao texto. O substitutivo, disse, tem objetivo de buscar o consenso e foi apresentado também a religiosos e ativistas pelos direitos dos homossexuais.

A nova proposta, segundo ele, criminalizaria a violência, o preconceito e a discriminação contra os homossexuais sem agredir o direito de sacerdotes, pastores, padres e ministros religiosos de expressarem seu pensamento e dizer que, em sua visão, o homossexualismo é pecado, sem com isso ofender e criar qualquer tipo de incitação ao ódio ou que cause violência.

- Mais do que ninguém no Brasil, os cristãos repudiam a violência sob qualquer forma, inclusive contra os homossexuais, repelem a discriminação e o preconceito e se recusam a fazer parte da ira insana dos sectários e da intolerância bruta, cruel e fria dos fanáticos. Mas os cristãos defendem também o direito de se expressar de maneira pacífica – declarou o senador.

Na opinião de Crivella, o projeto atualmente em análise na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH), que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, impõe uma mordaça aos religiosos.

- O PLC 122/06 já naufragou porque quer dar direitos a uns destruindo o direito dos outros, afetando cláusulas pétreas da Constituição federal.

De acordo com o senador, os religiosos interpretam que o projeto criminaliza qualquer ação, opinião ou crítica que venha a ser considera como discriminação ou preconceito quanto ao homossexualismo no Brasil, ferindo assim a liberdade religiosa e de expressão, garantida pela Constituição.

Fonte: Agência Senado

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Entenda porque a lei PL122 irá prejudicar a Igreja Cristã

Art. 4º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida do seguinte Art. 4º-A:
“Art. 4º-A Praticar o empregador ou seu preposto atos de dispensa direta ou indireta: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)anos.”
Art. 5º Os arts. 5º, 6º e 7º da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 5º Impedir, recusar ou proibir o ingresso ou a permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao público: Pena: reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.”
Para demitir um homossexual, um empregador terá de pensar duas vezes. E cinco para contratar — caso essa homossexualidade seja aparente. Por quê? Ora, fica decretado que todos os gays são competentes. Aliás, na forma como está a lei, só mesmo os brancos, machos, heterossexuais e eventualmente cristãos não terão a que recorrer em caso de dispensa. Jamais poderão dizer: “Pô, fui demitido só porque sou hétero e branco! Quanta injustiça!”. O corolário óbvio dessa lei será, então, a imposição posterior de uma cota de “gênero”, “orientação” e “identidade” nas empresas. Avancemos.
“Art. 6º Recusar, negar, impedir, preterir, prejudicar, retardar ou excluir, em qualquer sistema de seleção educacional, recrutamento ou promoção funcional ou profissional: Pena – reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos. ”Cristãos, muçulmanos, judeus etc têm as suas escolas infantis, por exemplo. Sejamos óbvios, claros, práticos: terão de ignorar o que pensam a respeito da homossexualidade, da “orientação sexual” ou da “identidade de gênero” — e a Constituição lhes assegura a liberdade religiosa — e contratar, por exemplo, alguém que, sendo João, se identifique como Joana? Ou isso ou cana?
Art. 7º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar acrescida dos seguintes art. 8º-A e 8º-B:
“Art. 8º-B Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos ou cidadãs: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.”
Pastores, padres, rabinos etc. estariam impedidos de coibir a manifestação de “afetividade”, ainda que os fundamentos de sua religião a condenem. O PL 122 não apenas iguala a orientação sexual a raça como também declara nulos alguns fundamentos religiosos. É o fim da picada! Aliás, dada a redação, estaríamos diante de uma situação interessante: o homossexual reprimido por um pastor, por exemplo, acusaria o religioso de homofobia, e o religioso acusaria o homossexual de discriminação religiosa, já que estaria impedido de dizer o que pensa. Um confronto de idéias e posturas que poderia ser exercido em liberdade acaba na cadeia. Mas o Ai-5 mesmo vem agora:
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero:
§ 5º O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica.”
Não há meio-termo: uma simples pregação contra a prática homossexual pode mandar um religioso para a cadeia: crime inafiançável e imprescritível. Se for servidor público, perderá o cargo. Não poderá fazer contratos com órgãos oficiais ou fundações, pagará multa… Enfim, sua vida estará desgraçada para sempre. Afinal, alguém sempre poderá alegar que um simples sermão o expôs a uma situação “psicologicamente vexatória”. A lei é explícita: um “processo administrativo e penal terá início”, entre outras situações, se houver um simples“comunicado de organizações não governamentais de defesa da cidadania e direitos humanos.” Não precisa nem ser o “ofendido” a reclamar: basta que uma ONG tome as suas dores.
A PL 122 institui o estado policial gay!
O que querem os proponentes dessa aberração? Proteger os gays? Não há o risco de que aconteça o contrário? A simples altercação com um homossexual, por motivo absolutamente alheio à sua sexualidade, poderia expor um indivíduo qualquer a um risco considerável. Se o sujeito — no caso, o gay — for honesto, bem: não vai apelar à sua condição de “minoria especialmente protegida”; se desonesto — e os há, não? —, pode decidir infernizar a vida do outro. Assim, haverá certamente quem considere que o melhor é se resguardar. É possível que os empregadores se protejam de futuros dissabores, preferindo não arriscar. Esse PL empurra os gays de volta para o gueto.
Linchamento moral
O PL 122 é uma aberração jurídica, viola a liberdade religiosa e cria uma categoria de indivíduos especiais. À diferença de suas “boas intenções”, pode é contribuir para a discriminação, à medida que transforma os gays numa espécie de “perigo legal”. Os homossexuais nunca tiveram tanta visibilidade. Um gay assumido venceu, por exemplo, uma das jornadas do BBB. Cito o caso porque houve ampla votação popular. A “causa” está nas novelas. Programas de TV exibem abertamente o “beijo gay”. Existe preconceito? Certamente! Mas não será vencido com uma lei que acirra as contradições e as diferenças em vez de apontar para um pacto civilizado de convivência. Segundo as regras da democracia, há, sim, quem não goste dessa exposição e se mobiliza contra ela. É do jogo.
Ninguém precisa de uma “lei” especial para punir aqueles delinqüentes da Paulista. Eles não estão fora da cadeia (ou da Fundação Casa) porque são heterossexuais, e sua vítima, homossexual. A questão, nesse caso, infelizmente, é muito mais profunda e diz muito mais sobre o Brasil profundo: estão soltos por causa de um preconceito social. Os homossexuais que foram protestar na Paulista movidos pela causa da “orientação sexual” reduziram a gravidade do problema.
Um bom caminho para a liberdade é não linchar nem física nem moralmente aqueles de quem não gostamos ou com quem não concordamos. Seria conveniente que os grupos gays não colocassem com tanta vontade uma corda no próprio pescoço sob o pretexto de se proteger.
Quando trato de temas como esse, petralhas costumam invadir o blog com grosserias homofóbicas na esperança de que sejam publicadas para que possam, depois, sair satanizando o blog por aí. Aviso: a tática é inútil. Não serão! Este blog é contra o PL 122 porque preza os valores universais da democracia, que protegem até os que não são gays…

Parte da matéria da Veja on line

Fonte: Galera Radical

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Porque o PL 122/2006 é inconstitucional


Antes de fazer qualquer comentário, é importante frisar que uma coisa é criticar conduta, outra é discriminar pessoas. No Brasil, pode-se criticar o Presidente da República, o Judiciário, o Legislativo, os católicos, os evangélicos, mas, se criticamos a prática homossexual, logo somos rotulados de homofóbicos. Na verdade, o PL-122 é contra o artigo 5º da Constituição, porque o projeto de lei quer criminalizar a opinião, bem como a liberdade religiosa.

Vejamos alguns artigos deste PL:


Artigo 1º: Serão punidos na forma desta lei os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual, identidade de gêneros.

Comentário: Eles tentam se escorar na questão de raça e religião para se beneficiar. O perigo do artigo 1º é a livre orientação sexual. Esta é a primeira porta para a pedofilia. É bom ressaltar que o homossexualismo é comportamental, ninguém nasce homossexual; este é um comportamento como tantos outros do ser humano.

Artigo 4º: Praticar o empregador, ou seu preposto, atos de dispensa direta ou indireta. Pena: reclusão de 2 a 5 anos.

Comentário: Não serão os pais que vão determinar a educação dos filhos — porque se os pais descobrirem que a babá dos seus filhos é homossexual, e eles não quiserem que seus filhos sejam orientados por um homossexual, poderão ir para a cadeia.

Artigo 8º-A: Impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público, em virtude das características previstas no artigo 1º desta lei. Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Comentário: Isto significa dizer que se um pastor, ou padre, ou diretor de escola — que por questões de princípios — não queira que no pátio da igreja, ou escola haja manifestações de afetividade, irão para a cadeia.

Artigo 8º-B: Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos ou cidadãs. Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Comentário: O princípio do comentário é o mesmo que o do anterior, com um agravante: a preferência agora é dos homossexuais; nós, míseros heterossexuais, podemos também ter direito à livre expressão, depois que é garantida aos homossexuais. O parágrafo do artigo que vamos comentar a seguir "constituiu efeito de condenação".

Artigo 16º, parágrafo 5ª: O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica.

Comentário: Aqui está o ápice do absurdo: o que é ação constrangedora, intimidatória, de ordem moral, ética, filosófica e psicológica? Com este parágrafo a Bíblia vira um livro homofóbico, pois qualquer homossexual poderá reivindicar que se sente constrangido, intimidado pelos capítulos da Bíblia que condenam a prática homossexual. É a ditadura da minoria querendo colocar a mordaça na maioria. O Brasil é formado por 90% de cristãos. Não queremos impedir ou cercear ninguém que tenha a prática homossexual, mas não pode haver lei que impeça a liberdade de expressão e religiosa que são garantidas no Artigo 5º da Constituição brasileira. Para qualquer violência que se cometa contra o homossexual está prevista, em lei, reparação a ele; bem como assim está para os heterossexuais. A PL-122 não tem nada a ver com a defesa do homossexual, mas, sim, quer criminalizar os contrários à prática homossexual — e fazem isso escorados na questão do racismo e da religião.


Fonte: Associação Vitória em Cristo

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Moda Homofobia ou Medo da Homofobia?

A “MODA HOMOFOBIA”, ou melhor, o “MEDO DA HOMOFOBIA”, tem feito com que as pessoas deixem de ter o direito a verbalizar seus valores morais e éticos pré-existentes e estabelecidos, seja a nível familiar, social ou religioso.
Pergunto então: onde está o direito de escolha e a liberdade de expressão da sociedade como um todo?
Se a moda agora é: “você é homofóbico?” ou “você não é homofóbico?”!!!!?
Onde está o direito da família de educar seus filhos conforme suas convicções e valores sem o risco de ser chamado de homofóbico?
Poderá um pai ensinar seu filho a ser homem ou sua filha a ser mulher, sem ser discriminado e taxado de antiquado por isso?
É nítido em entrevistas e em todos os meios de comunicações pessoas deixando de ter seus direitos de pensamentos e posturas bem formalizados, sob o risco de serem mal interpretados por isso.
O slogan agora é: “Não, não tenho nada contra…”!!!!
Covardia? Medo? Verdade? Mentira? Intimidação? …”?”
Deixando bem claro é óbvio, que ter “algo contra”, não significa aceitar ou praticar qualquer tipo de violência física ou psicológica a quem quer que seja. De forma alguma. Para isso existem: a ética, a civilização, os direitos, os deveres… que abrangem a todos ( civis, militares, brancos, negros, ricos , pobres… a raça humana como um todo). A Constituição existe, e para todos!!!!
Ter a coragem de dizer que não tem nada contra a pessoa, mas que é contra a prática homossexual sim, é um direito de qualquer cidadão que têm seus pensamentos e valores éticos e morais, e os defendem.
É cada vez mais comum nas emissoras de TV e principalmente aos “domingos” a exibição de casais homossexuais em brincadeiras, entrevistas. E a apologia a prática homossexual como sendo completamente natural.
E a onda de “simpatizantes” aumentando cada vez mais, dando acesso a essa conduta até mesmo àqueles que naturalmente não se enveredariam por esse caminho, se não por conta desses incentivos crescentes.
Como os pais então explicam aos seus filhos pequenos: é filho,” ELE é namorado DELE”, ou “ELA é casada com ESSA”. (?)
Nosso país não tem uma maioria homossexual.
Então por que aceitar que ao se sentar com nossas famílias de frente a TV, sejamos obrigados a contemplar esses modismos?
Como se já não bastassem as coreografias que não passam de amostra grátis de filme pornô a luz do dia, implantadas pelas bandas, frutas e “celebridades” que deixaram de dançar para ensinar como se faz sexo ao fundo musical de suas raízes.
Letras de músicas que não são poesias, não são histórias, nem ideologia, não são inteligentes e jamais poderão ser chamadas de arte.
Alguém já disse: “deixem de assistir TELEVISÃO”!!!
Isso não é suficiente. Não é direito. Fechar os olhos para a degradação da ética familiar e da moral por conta de novas filosofias de vida. NÃO BASTA DEIXAR DE ASSISTIR TV.!!!!
É necessário que a família brasileira que não compactua com essas idéias ou novas filosofias, se levante contra esse absurdo.
É certo que não é necessário a volta da censura, Mas que se faça valer o direito da família.
Que haja bom senso da parte dos produtores e das vozes portadoras de microfones.
Que haja uma REFORMA na ética da TV Brasileira.
Esse é um clamor da família.
“Lembrem que a paciência do nosso Senhor é uma oportunidade para vocês serem salvos. Mas vocês, meus amigos, já sabem disso. Portanto tomem cuidado para não serem levados pelos erros de pessoas imorais e para não caírem de sua posição segura.” 2 Pedro 3:15 e 17

Carla Pinho de Brito

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Igreja evangélica causa polêmica ao lançar a campanha “minha vida sexual é uma droga”

Alguns moradores da cidade de Joplin, no Estado americano de Missouri, estão horrorizados com a campanha promovida pela igreja Ignite. Vários outdoors foram espalhados pela cidade para promover um site com o sugestivo nome MySexLifeSucks.org [Minha vida sexual é uma droga].

O lema da página é “Deus é pró-sexo. Deveria ser algo estimulante”.

As imagens estampadas no endereço de web são chamativas, um homem de jeans e camiseta, com os braços tatuados, segurando as pernas de uma mulher que tem os braços em volta de seu pescoço e as pernas em volta de sua cintura. Essa mesma imagem está na página principal da Igreja Ignite e nos outdoors espalhados pela cidade de Joplin.

Pastor da Ignite e autor da ideia, Heath Mooneyham afirma que o objetivo não é chocar, mas sim provocar a discussão. Sua igreja está promovendo uma série de estudos sobre sexo e como os casais podem ter mais relações. Ele acredita que com essa estratégia os cônjuges evitarão as tentações de pecar nessa área. Segundo Mooneyham, a proposta principal é falar sobre o amor e o propósito de Deus para os casais. E isso inclui o sexo.

“Este mês começamos uma série de pregações sobre sexo e o objetivo de Deus para ele. Estamos também tratando de assuntos como adultério e pornografia”, explica. Ele ressalta que em uma enquete no site da igreja, 86% dos que responderam não têm um número satisfatório de relações sexuais no casamento. Pensando sobre esse alto índice, ele decidiu fazer algo e desenvolveu uma série de vídeos abordando as estatísticas existentes sobre o assunto.

“Essa realmente é uma das questões principais que está arruinando casamentos. Os insatisfeitos correm maior risco de adultério, são mais suscetíveis à pornografia e isso quase sempre leva ao divórcio”, disse Mooneyham. “Embora algumas pessoas pensem que estamos erotizando a igreja, o que tentamos fazer é ajudar as pessoas em seus relacionamentos conjugais. Os outdoors que colocamos na cidade podem mostrar pessoas em poses sexuais, mas são pessoas casadas”, garante.

Muitos dos moradores de Joplin discordam. “Não gostaria de levar meus filhos a uma igreja que usa uma placa de publicidade envolvendo sexo. Nossos filhos vão olhar para esse outdoor e dizer ‘Mamãe, o que isso significa?’ e são os pais que terão de explicar depois”, reclama Veronica Warren, moradora da cidade.

Um dos outdoors está perto do restaurante Sonic, voltado para o público infantil. Para Warren, isso é constrangedor. “Você chamou atenção das pessoas, mas as deixou loucas da vida”, disse ela.

A intenção da igreja de Mooneyham não é deixar as pessoas irritadas, mas chamar a atenção para o assunto. “A cidade está dividida sobre o assunto. Vivemos na região sul do país, a mais conservadora. Alguns entraram em pânico. Mas nossa congregação entende a mensagem por trás disso tudo”, defende-se o pastor.

Apesar das restrições de algumas pessoas quanto ao que a igreja está fazendo, Mooneyham afirma que atualmente as crianças já estão expostas ao sexo desde cedo. Para ele, “se isso vai acontecer, prefiro que aprendam sobre o assunto na igreja. Deus criou o sexo e não se assusta com isso. Não vejo por que deveríamos nos assustar”, conclui o pastor.

Fonte: Pavablog

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Europeus deixam a igreja católica após escândalos

Dez mil fiéis europeus abandonaram a igreja católica em 2010 em virtude dos escândalos sobre abusos sexuais.

No ano passado, 23 mil holandeses se desligaram do catolicismo. Na Alemanha, 123 mil pessoas deixaram a igreja e 80 mil fizeram o mesmo na Áustria.

Na Holanda, principalmente pessoas entre 20 e 40 anos deixaram a igreja. Em comparação com 2009, o desligamento da igreja católica aumentou em um quarto no país. As cifras foram divulgadas pelo Kaski, um centro de pesquisas sobre religião e sociedade da Universidade Radboud, de Nijmegen. Kaski acredita que mais fieis abandonaram a igreja já que nem todas as paróquias transmitiram os dados à pesquisa.

As pessoas abandonam a igreja principalmente devido aos casos de abuso sexual. Mas essa não é a única razão, segundo Jean-Pierre Wils, catedrático em teologia na Holanda: “Alguém que nunca havia pensado em abandonar a igreja não iria fazê-lo somente por causa desse tipo de tendência. Quem já tinha a ideia de sair da igreja estava apenas aguardando um motivo para quebrar os laços com a igreja.”

Fortalecido

Para Jean-Pierre Wils a gota d’água foi há dois anos, quando a igreja decidiu dar a indulgência à Fraternidade Sacerdotal São Pio X. “Eu não quero mais ser membro de uma organização que admite esse tipo de extremistas”, disse ele. Os escândalos de abusos sexuais fortaleceram sua decisão.

Wils nasceu na Bélgica, trabalha na Holanda e mora na Alemanha e conhece de perto a situação nos três países. Na Holanda, a diminuição no número de participantes já aconteceu a mais tempo, mas na Alemanha e na Bélgica isso está acontecendo agora. “Na Alemanha as pessoas param para pensar na sua afiliação porque precisam pagar o dízimo. Na Bélgica isso também está acontecendo."

A situação na Bélgica pode ser acompanhada pela internet. Há diversos fóruns nos quais os belgas dão conselhos sobre como se desbatizar ou se desligar do catolicismo.

Em um desses fóruns, lê-se a opinião de John Kessel, um holandês que mora na Bélgica. Por muitos anos ele foi abusado sexualmente por um frei do monastério São Luís, na vila holandesa de Oudenbosch. Ele decidiu escrever sua história, deixar a igreja e por um ponto final no seu triste passado. Mas as regras da igreja o impediu:

“A diocese de Breda me explicou o que eu precisava fazer para poder me desligar da igreja. Mas você não pode dar baixa. Você recebe uma anotação no seu registro. A mensagem é que você tem que pensar no seu próximo e no seu ser cristão e esquecer os ‘bonecos com mitra’”.

Relativizando os números

John Kessel não se preocupa mais com o desligamento oficial. Ele se distanciou da igreja, mas continua acreditando em Deus. A história dele mostra que os números da igreja católica são relativos.

Em 2009 havia 4,2 milhões de católicos registrados na Holanda. A baixa de 23 mil fiéis não tem consequências financeiras para a instituição. Já na Alemanha isso é um problema, já que há uma diminuição no valor recebido através do dízimo.

Na Holanda, o governo financia a manutenção de monumentos e o desenvolvimento de projetos sociais, sem estar ligado ao número de fieis.

Conservadorismo

O êxodo dos fieis holandeses, belgas e alemães, mas também suíços e austríacos não deve gerar grandes mudanças na igreja católica, acredita o teólogo Jean-Pierre Wils: “Todos os apelos, como por exemplo, o de acabar com o celibato, são ignorados brutalmente pela igreja católica. Eu penso que todo mundo que pensa que essa instituição pode se tornar liberal vive em uma grande ilusão. Não tem como mudar essa instituição."

Fonte: Radio Nederland
Fonte: Folha Gospel

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CRÔNICA DE LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO SOBRE O BBB

"A Vergonha” - crônica de Luiz Fernando Verissimo sobre o BBB'

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a
realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.
Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da
ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos
exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com
dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados..

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro
estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores )

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.