BRASÍLIA - O presidente da Organização Não Governamento (ONG) Safernet Brasil, Thiago Tavares de Oliveira, revelou em depoimento nesta quarta-feira na CPI da Pedofilia que a maior parte das crianças com acesso à Internet estão facilmente sujeitas à abordagem de pedófilos. Segundo dados revelados pela organização, mais de 60% delas usam o MSN e o Orkut. A CPI também divulgou o aumento, este ano, de 106% de páginas de pornografia infantil no Orkut, em comparação a 2007.
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Segundo o relatório da entidade – que recebe denúncias de crimes na Internet – de cada cinco usuários brasileiros da Internet, quatro têm Orkut (site de relacionamento). “Ele (Orkut) é o paraíso dos crimes da web”, afirmou Tavares, acrescentando que dos cerca de 13 mil sites de pedofilia da Internet, mais de 80% estão no Orkut.
Diante das informações, o presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), adiantou que vai convidar novamente o representante do Google (provedor do Orkut) para irem à CPI explicar porque não repassam informações e dados dos usuários às autoridades policiais. “Se eles não vierem com o novo convite, serão convocados. Terão de vir nem que seja debaixo de vara. O Google tem muitas explicações a dar”, declarou o senador.
O representante da Safernet aponta a impunidade e a falta de colaboração dos provedores de acesso à Internet como os principais responsáveis pelo aumento do número de páginas de pornografia da Internet.
Ele explicou que as novas ferramentas do Orkut, destinadas a dar mais privacidade aos usuários, ajudam a encobrir os responsáveis pelos crimes sexuais contra crianças. “As fotos bloqueadas dificultam a investigação da Polícia. Isso (o bloqueio) acaba com a materialidade das provas”, argumentou.
De acordo com as informações da ONG Safernet Brasil, dos 40 milhões de brasileiros usuários de Internet, 1,3 milhão são crianças de classe A e B. Das denúncias de crimes que a entidade recebe, 40% são relativas à cenas de sexo explícito com crianças e adolescentes.
Nesta quinta-feira, membros da CPI se encontram com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, para pedir a contribuição do Poder Legislativo na elaboração de leis específicas para tratar do tema.
Fonte: 02/04 - 19:44 - Regina Bandeira - Último Segundo/Santafé Idéias
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